Qui. 18 de Abril - Conversas abertas – Surrealismo
Serviço Educativo
Sala Polivalente
Início 18.00h
Entrada Gratuita
Oradores: Carlos Baptista e Sérgio Silva, moderado por Gaspar Garção
O mundo fascinante do Surrealismo, nas suas várias vertentes (pintura, cinema, escultura, teatro, literatura, etc.), será abordado e homenageado numa conversa aberta e informal, através de uma viagem onírica por paisagens fantasmagóricas e do Sonho de Salvador Dalí, dos universos de obsessão, morte e sexo do cinema de Luís Bunuel, das pinturas lunares e arquétipas de Cruzeiro Seixas, dos poemas e contos divagantes e absurdos de Mário Henrique-Leiria, entre muitos outros génios do “nonsense”.
O surrealismo é um movimento literário e artístico nascido em Paris, no período após a primeira guerra mundial, que se fundamenta na recusa de toda a enunciação lógica do espírito e nos valores do irracional, do sonho e da revolta.
André Breton, figura central deste movimento e autor dos manifestos do surrealismo, definiu-o como « automatismo psíquico puro pelo qual se pretende exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral”.
O surrealismo assenta numa vontade de libertar o homem dos constrangimentos da moral e dos academismos que o impedem de agir, colocando a ênfase de todo o processo criativo nas imagens espontâneas do inconsciente. Recebe, neste domínio, uma forte influência das teorias divulgadas à época por Sigmund Freud, o pai da psicanálise.
O movimento teve em França o seu epicentro, mas viria a disseminar-se por vários países ao ponto de se tornar uma referência incontornável no panorama das artes do séc. XX, assumindo-se progressivamente como uma das correntes artísticas de maior impacto público. Inclusive na actualidade, em áreas como a publicidade, o cinema ou a música, é possível detectar a forte influência exercida pelo imaginário e práticas surrealistas.
Entre as figuras mais conhecidas do surrealismo contam-se André Breton, Antonin Artaud, Paul Eluard, Louis Aragon, no campo da literatura, e Max Ernst, Salvador Dalí, René Magritte e Juan Miró, nas artes plásticas.
Em Portugal, o surrealismo surgiu tardiamente, por volta dos anos quarenta, replicando, a seu modo, o espírito de insubmissão e revolta do grupo fundador, na atmosfera sufocante do Portugal salazarista.
Para a história do movimento no nosso país, forneceram importante contributo poetas como Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Mário Henrique Leiria, Fernando Alves do Santos, Pedro Oom, Alexandre o’neill, a par de pintores como Cruzeiro Seixas, Fernando Dacosta e Marcelino Vespeira.
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